Como startups usam dados para melhorar seguro de saúde

O ramo de seguro saúde é um dos que tem maior índice de insatisfação do consumidor. Somado a isso, as empresas enfrentam problemas de gestão significativos, com sinistralidade cada vez maior e ainda lidam com um processo de regulação intenso que aumentam o custo a cada ano.

Fabio Abreu, fundador da HealthCentriX, insurtech que oferece soluções tecnológicas na área de saúde e estará no Insurtech Brasil 2018, explica que, desde que vendeu a AxisMed Gestão Preventiva de Saúde, percebeu os problemas de gestão nos planos de saúde. Ao observar esses problemas no mercado em sua empresa anterior, Fabio percebeu que uma das alavancas para melhorar essa situação do seguro saúde privado no Brasil era mudar a forma como as empresas de saúde tratam a informação. “Esse foi o gatilho para voltarmos a empreender e criar a HealthCentriX, no final de 2016.”

Startup quer revolucionar a venda de seguro saúde no Brasil

Conheça outras insurtechs que estão inovando no mercado brasileiro

Startups com foco em seguro saúde têm recebido muitos investimentos mundo afora, principalmente na Ásia, é o que aponta José Prado, idealizador do Insurtech Brasil. “Existem ótimos exemplos que já estão mudando o mercado de seguro saúde como Oscar e Ping An Good Doctor, mas aqui no Brasil ainda estamos esperando aparecer um case de sucesso.”

Com o país saindo da crise, Fabio Abreu considerou o momento ideal para crescer e convidou seu ex-sócio na AxisMed, Fábio Boihagian, para iniciar a empreitada. A ideia da HealthCentriX é tirar os problemas dos clientes, isto é, de consultorias, operadoras ou empresas que oferecem seguros ou planos de saúde. Seu lema é transformar informação em ação com o intuito de colocar o consumidor no centro do sistema de saúde.

Equipe da HealthCentrix

A partir de uma plataforma de inteligência aplicada, o cliente da HealthCentriX tem acesso a análises e recomendações para tomar decisões críticas no dia a dia da operação de um plano de saúde. Por exemplo: será que o médico deve liberar a cirurgia de coluna para o paciente X? Será que o beneficiário Y deve participar de um programa de pacientes com doenças crônicas? Isso ocorre em tempo real, com o uso de inteligência artificial para analisar os dados disponíveis sobre os usuários dessas empresas. “Essas informações trazem dimensões e análises que até então nem passavam pela mente do gestor tradicional em sua rotina operacional”, explica Fabio.

Com anos de experiência, ele explica que os desafios são grandes, mas conhecidos. O primeiro é encontrar a melhor forma de apresentar um novo produto, essencialmente disruptivo, para clientes descrentes de que algo pode ajudar em sua rotina e seus resultados. O segundo grande desafio, diz Fabio Abreu, é garantir que a solução funcione como esperado e traga os resultados prometidos. “Para conseguir isso, não temos limites”, diz Fabio. “Acompanhamos a utilização in loco, monitoramos as informações com ferramentas próprias. Treinamos, assistimos e em alguns casos excepcionais podemos até mesmo fazer análises pelos nossos clientes.”

Várias empresas no mundo inteiro estão sendo criadas ou recebendo grandes investimentos no setor de inteligência aplicada e a essência dessas plataformas é integrar a tecnologia de inteligência artificial — mais especificamente machine learning —, com profundo conhecimento de um mercado específico, sua dinâmica e seus processos. A HealthCentriX não é inspirada em uma empresa estrangeira específica, explica Fabio, mas sim numa proposta de modelo de gestão que está por trás das plataformas de inteligência aplicada.

No Insurtech Brasil 2018, a HealthCentriX fará sua primeira exposição pública para o ecossistema de startups. Fabio Abreu espera que a apresentação da insurtech para o mercado seja oportunidade para captar investimentos e novos clientes. “Também queremos dividir nossa experiência de empreendedorismo com todos os participantes do Insurtech Brasil 2018.”