Por Fabiane Ziolla Menezes, com colaboração de Carol Nery, especial para a Gazeta do Povo
Kavod Lending agora figura entre as fontes de crédito para franqueados listadas pelo Grupo TrendFoods, dono do China in Box. Fintechs são alternativa para empreendedores
No último mês de julho, um franqueado do China in Box em Santos (SP) levantou R$ 140 mil em 2h30 para investir na compra de equipamento e renovação da fachada da sua loja. A operação foi a primeira que a Kavod Lending, fintech de empréstimo coletivo, realizou para um parceiro do Grupo TrendFoods, dono do China in Box e também da rede Gendai. Operando desde agosto de 2017, a fintech é um exemplo de como as startups do mercado financeiro estão se tornando uma fonte alternativa e menos burocrática de crédito para empreendedores.
A Kavod Lending, que também fechou uma parceria com outra rede de franquias, a Sterna Café, funciona como uma plataforma que une, de um lado, investidores pessoa física e, de outro, empreendedores que precisam de recursos para investir em um negócio. Segundo o CEO da fintech, Fábio Neufeld, esse potencial das franquias como foco da Kavod apareceu ainda durante a aceleração na Startup Farm Ahead pela qual a startup passou de janeiro a agosto do ano passado.
“Eu fui de banco e costumava trabalhar justamente com análise de crédito para empresas. Tive uma rede de óticas muito grande que quis fazer um esquema parecido na instituição em que eu trabalhava. Eles disseram que queriam financiar os franqueados e que para isso o banco poderia usar o limite do grupo. Mas o banco disse que não tinha estrutura para fazer isso.”
Segundo Neufeld, já há cinco operações programadas para outros franqueados do China in Box, além da perspectiva de que outros 50 farão o mesmo. Os empréstimos na Kavod Lending partem de um mínimo de R$ 100 mil. O custo efetivo total das operações, incluindo IOF, taxa de juros (que começa em 1,1% ao mês) e a comissão da fintech ficam em torno de 1,7% ao mês. E o prazo máximo das operações é de 24 meses.
Dados como demonstração de resultados e o imposto de renda dos sócios costumam estar entre aqueles necessários para avaliar a viabilidade de uma operação pela fintech. Essas informações são fornecidas pela Kavod Lending ao Serasa Experian que faz uma análise de crédito própria e dá uma nota, uma espécie de rating, para a empresa. Uma vez aprovada, a operação vai para a plataforma. Lá o investidor vai ver a nota do Serasa Experian e decidir se participa da operação ou não.
A maioria dos investidores da plataforma é de pessoas do mercado financeiro. É um público-alvo definido por Neufeld e o outro sócio-fundador da Kavod Lending, Renato Douek, desde o início do negócio, porque esses profissionais costumam ser grandes influenciadores da família e amigos quando o assunto é onde investir.
Todas as operações da fintech são feitas com base em garantias reais das empresas, como imóveis e recebíveis de cartão de crédito, o que também explica as taxas de juros mais baixas para a concessão de crédito. Em 2016, um levantamento do Sebrae e do BC apontou que a média dos juros cobrada pelos bancos nesse tipo de empréstimo era de 4,5% ao mês, enquanto as taxas entre as fintechs chegava a 2,25% ao mês.
Veja como operam algumas fintechs de oferta de crédito
Biz Capital: libera em até cinco dias úteis créditos de até R$ 150 mil para capital de giro, para empresas que faturam até R$ 5 milhões ao ano. Taxa de juros de 1,99% a 4,99% e 24 vezes para quitação.
BCredi: oferta crédito com garantia de imóvel: de R$ 50 mil a R$ 1,5 milhão, 15 anos para pagar e taxas de 1,15% a.m. + IPCA. Usa até 50% do valor do imóvel em crédito, tem carência de até 180 dias para franquia e liberação do crédito em até 10 dias; e financiamento imobiliário: crédito de R$ 50 mil a 1,5 milhão, até 20 anos para pagar, taxa a partir de 1% a.m. + IGP-M. Financia até 70% do valor de imóvel e permite uso de FGTS.
Kavod Lending: empréstimo coletivo para operações de R$ 100 mil até R$ 750 mil reais, a empresas de faturamento mínimo de R$ 6 milhões por ano. Créditos a partir de R$ 100 mil, com taxa de juros de 1,1% a.m. e prazo máximo de 24 meses para pagar. O aporte mínimo dos investidores é de R$ 5 mil por operação.
Nexoos: empréstimo coletivo para empresas com faturamento anual de R$ 250 mil a R$ 30 milhões, pelo menos dois anos de mercado. O prazo varia de três a 24 meses para quitar, com taxa de juros de 1,4% a 3% e no máximo R$ 500 mil liberados em até sete dias. Para o investidor, o valor mínimo do aporte é de R$ 2 mil por empresa, devendo ser um mínimo de três companhias na primeira operação. Pode emprestar até 5% do valor solicitado.
TrustHub: adquire duplicatas das PMEs com faturamento anual de R$ 100 mil e R$ 30 milhões, com vencimento em até 60 dias e liberação do crédito em até duas horas. Taxa de juros de 2% a 6%. Os créditos são de R$ 50 mil, em média, variando conforme os recebíveis da empresa.
Fonte: Gazeta do Povo
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