LEVANTAMENTO DO BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO APONTA QUE DOS 1.166 EMPREENDIMENTOS PRESENTES EM 18 PAÍSES, 380 SÃO DO BRASIL

O relatório Fintech na América Latina 2018: crescimento e consolidação , publicado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), aponta crescimento de 66% de novos empreendimentos Fintech em comparação ao primeiro levantamento, realizado em 2017.

Dois em cada três empreendimentos encontram-se em estados avançados de desenvolvimento, e a atividade Fintech se expandiu a 18 países no último ano. Seguindo a tendência observada em 2017, Brasil é o país com maior número de empreendimentos com 380, seguido pelo México com 273, Colômbia com 148, Argentina com 116, e Chile com 84.

Uma em cada três empresas declara que expandiu suas operações além das fronteiras nacionais. “Mesmo considerando que cinco países concentram 86% das empresas Fintech na Região, identificamos que empreendimentos em cada um dos países da América Latina e uma crescente tendência à internacionalização, o que demonstra não apenas as oportunidades percebidas pelos empreendedores, mas também a importância de seguir fortalecendo o diálogo e a harmonização a nível regional” disse Juan Ketterer, chefe da divisão de Conectividade, Mercado e Finanças do BID.

O principal segmento de negócios no Brasil e na região continua sendo o de pagamentos e remessas, representando 24% dos empreendimentos identificados, seguido pelo segmento de empréstimos (18%) e de gestão de finanças empresariais (15%). Destaca-se ainda um rápido crescimento nos segmentos de banco digital e principalmente, de pontuação de crédito, identidade e fraude.

Os segmentos que mais cresceram no Brasil desde 2017 foram score de crédito, identidade e fraude, registrando 750%, mostrando mais uma vez a necessidade de que o mercado incorpore soluções para conter riscos associados ao maior desenvolvimento tecnológico; e de empréstimos, com 132% de aumento de novos negócios. O segmento de gestão de finanças empresariais também apresentou alto crescimento no Brasil, registrando 89%.

Fintech

O relatório aponta ainda o dinamismo desta indústria em investimentos de capital empreendedor, alcançando cifras recordes na quantidade de financiamento arrecadado por várias empresas Fintech da região. “É maiúsculo o crescimento e a maturidade que o ecossistema Fintech tem vivido na região durante o último ano”, comenta Andrés Fontao, Managing Partner da Finnovista. “A oportunidade Fintech está na mira dos grandes investidores internacionais, incluindo os asiáticos, e temos os primeiros governos que estão adotando marcos regulatórios específicos para as Fintech.”

A importância da regulação para o desenvolvimento do ecossistema é evidente: apenas 9% dos entrevistados considera que atualmente não é necessária uma regulação específica. O informe ressalta avanços alcançados graças ao diálogo entre reguladores e a indústria para propiciar a busca de um marco favorável para a inovação.

Um dos exemplos de boas práticas é o Grupo de Trabalho de Fintech , que foi lançado no Brasil em 2017 como parte do Laboratório de Inovação Financeira, uma iniciativa liderada pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo BID. O grupo conta com 98 membros de 46 instituições entre agências governamentais, reguladores, associações de Fintech, e representantes do setor financeiro, entre outros atores-chave do ecossistema, e foi constituído como uma plataforma chave para promover o fortalecimento do ecossistema de Fintechs e o desenvolvimento de um programa de sandbox regulatório no país. A iniciativa é a primeira do gênero na região.

Da mesma forma, destaca o trabalho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que está liderando uma importante agenda de digitalização e incorporação de empresas de Fintech em seu atendimento às MPMEs. Uma operação de empréstimo do BID de US$ 750 milhões ao BNDES para MPMEs no Brasil contará com soluções Fintech em temas como análise de crédito, intermediação e educação financeira.

Gênero e Fintech

O relatório apresenta ainda a primeira análise regional em matéria de gênero e Fintech, examinando o papel da mulher como fundadora de empresas, trabalhadora desta indústria e usuária de serviços. “Identificamos que 35% das empresas Fintech na América Latina foram fundadas por uma mulher ou contam com mulheres na equipe fundadora, cifra que está muito acima da média mundial de 7%, disse Gabriela Andrade, especialista em mercados financeiros do BID. “Ainda que as empresas Fintech com mulheres na equipe fundadora operam em vários segmentos, é interessante observar que uma em cada três empresas está focada em segmentos subatendidos ou excluídos do setor financeiro formal”. Nesse quesito, o Brasil é o terceiro país em Fintechs fundadas por mulheres, com 12% do total da América Latina.

O relatório aponta uma série de dados que demonstram não apenas os desafios que a indústria enfrenta, mas também refletem a inevitável transformação do setor financeiro e papel dos empreendedores para acelerar a inovação e mudar a maneira como a população tem interagido até agora com os serviços financeiros.

Sobre o BID

O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Criado em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e o Caribe. O BID também realiza projetos de pesquisas de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região.

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