Guilherme Nasser, economista pela FEA-USP, especialista em desenvolvimento de fintechs e sócio fundador da Juros Baixos, explica que movimento de integração pode ampliar ainda mais as possibilidades de produtos e serviços ao consumidor

“O open banking é um movimento que não tem volta”. É assim que Guilherme Nasser, economista pela FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) e sócio fundador da Juros Baixos, vê o processo mundial de implantação de sistema que permite que outras empresas acessem os dados bancários do cliente. A ideia é devolver ao consumidor o controle dessas informações para que ele, quando julgar necessário, possa decidir com quais empresas deseja compartilhá-las.

Na prática, quando regulamentado e aplicado no Brasil, o modelo vai permitir que o indivíduo movimente suas contas de plataformas diferentes e não apenas pelo site ou aplicativo do banco em que é cliente. Para o economista, a base do processo está na mudança de ótica em relação a quem de fato tem a posse dos dados e que isso, inevitavelmente, começará a criar uma outra força de mercado, muito mais vantajosa para os usuários.

“Às vezes, o indivíduo tem uma conta no banco B. Entretanto, esse banco não é tão forte em empréstimos. Mas, como têm vários dados lá, ele acaba pedindo empréstimo no banco B, mesmo que a instituição ofereça uma taxa de juros menos competitiva. Isso porque, hoje, se o consumidor decidir ir para o banco C, que é muito mais competitivo em empréstimo, ele não vai conseguir mostrar todas as informações que o banco B tem dele como, por exemplo, o histórico de movimentações financeiras. O open banking vem para mudar essa ótica e começa a criar uma outra força de mercado”, explica Guilherme Nasser.

Essas novas conexões prometem ampliar a gama de produtos e serviços financeiros no país. Com o mercado mais competitivo, o cliente, dono das informações, passa a ter em mãos inúmeras possibilidades como, por exemplo, taxas de juros menores, produtos muito mais adequados ao padrão de consumo e a facilidade da concentração de controle um um único player.

Toda essa revolução que a implantação do open banking promete trazer ao mercado brasileiro só será possível graças à abertura das chamadas APIs. A interface de programação de aplicativos nada mais é que um conjunto de padrões de programações que permite a interação de diferentes plataformas. O sócio fundador da Juros Baixos, que também é especialista em desenvolvimento de fintechs, acredita que a integração dessas informações vai facilitar ainda mais a relação entre bancos e empresas.

“É um movimento que não tem volta. Para os bancos, se eu abro as APIs para qualquer empresa criar produtos em cima de mim, o que vai acontecer? Vai aumentar a gama de produtos que o cliente daquela instituição tem e, além disso, a empresa vai começar a ver dados diferentes do que ele tem. Esses bancos vão ter ainda mais dados dos clientes, porque outras empresas vão criar produtos para aquele cliente em cima das APIs deles”, completa.

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