Por André Jankavski e Natália Flach

A fintech brasileira Creditas, especializada em empréstimos com garantia de imóveis e automóveis, receberá um aporte de 231 milhões de dólares. O contrato acaba de ser fechado, e a rodada de investimentos avaliou a empresa em um valor de 750 milhões de dólares. O valor foi capitaneado pelo fundo japonês SoftBank, que investirá 200 milhões de dólares.

O restante ficou a cargo dos fundos que já são parceiros da fintech: o sueco Vostok Emerging Finance, o britânico Amadeus Capital e o Santander Innoventures, ligado ao banco espanhol.

“Acreditamos que os juros no Brasil podem ser mais baixos e, com este investimento planejamos acelerar o processo de melhorar a vida de mais brasileiros”, afirma Sergio Furio, presidente e fundador da Creditas.

Com o dinheiro, a empresa se prepara para ir às compras e entrar em novos mercados. EXAME apurou que um dos primeiros alvos deve ser empresas que estão criando programas de empréstimo consignado para a iniciativa privada. Além disso, a Creditas deve partir para mercados como financiamento de automóveis e de residências.

Para que os planos saiam do papel, a Creditas investirá cerca de 70 milhões de dólares do total arrecadado em tecnologia, o que deve aumentar a sua equipe especializada na área de 70 para 500 pessoas. Uma quantia similar será direcionada para expandir a base de clientes da companhia.

A empresa não divulga o faturamento, mas Furio afirma que a Creditas cresceu cinco vezes em 2018 e espera triplicar as receitas neste ano.

Antes desse investimento, a Creditas havia recebido 83 milhões de dólares em aportes desde a sua fundação. O carro-chefe sempre foi o empréstimo com garantia de imóveis e de carros. Recentemente, a empresa reduziu os juros cobrados nestas modalidades de 1,09% para 0,99% mensais, no caso de imóveis, e de 1,69% para 1,59% em crédito que tenha automóveis como garantia.

SoftBank abre a carteira

O aporte milionário do SoftBank na Creditas foi o quarto anunciado pelo fundo japonês após a criação de um fundo de 5 bilhões de dólares para a América Latina, em março. Antes da Creditas, o aplicativo colombiano de entregas Rappi captou 1 bilhão de dólares, o marketplace de academias brasileiro Gympass captou 300 milhões de dólares e a startup de logísticas Loggi, 150 milhões de dólares.

Em 2017, o aplicativo de transportes 99 recebeu 100 milhões de dólares do fundo japonês.

“O SoftBank Latin America Fund investe nas empresas baseadas em tecnologia mais disruptivas e inovadoras da região. A Creditas é o exemplo perfeito”, diz Marcelo Claure, COO do Grupo SoftBank e CEO do SoftBank International.

Em entrevista recente a EXAME, o bilionário japonês Masayoshi Son, dono do conglomerado de tecnologia, telecomunicações e internet SoftBank afirmou que enxergava muito espaço para novos aportes na América Latina.

“A região há tempos recebe investimentos bem abaixo da média, do ponto de vista de um fundo de capital de risco em tecnologia. Isso representa uma grande oportunidade para se associar a empreendedores talentosos em mercados historicamente com falta de capital e de ambição. Nosso plano é mudar tal quadro drasticamente”, afirmou.

Fonte: Exame.com / Autores: André JankavskiNatália Flach

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