Governo federal também aderiu a essa tendência e anunciou um marketplace de crédito; saiba quando vale a pena 

*Por Felipe Avelar

Seja por conta da pandemia, que impactou todos os setores da economia, seja por conta de alguma despesa inesperada, descasamento entre contas a receber e contas a pagar ou investimento necessário, toda empresa tem momentos nos quais o negócio precisa de crédito. 

Em um cenário de escassez de financiamento como o que vivemos atualmente (pesquisa feita pelo Sebrae e FGV mostrou que menos de 20% das micro e pequenas empresas conseguiram crédito na pandemia), a antecipação de recebíveis surge como uma opção interessante. Tanto que chamou a atenção do Governo federal, por meio do Ministério da Economia brasileiro, que anunciou recentemente um portal (exclusivo para empresas que prestam serviço ao governo) para oferecer essa modalidade de financiamento.

Segundo dados do Banco Central, a antecipação de recebíveis foi uma das linhas de crédito empresarial que mais cresceu no Brasil no último ano. O desconto de duplicatas e recebíveis atingiu um saldo de 115,1 bilhões de reais no ano passado, 26% a mais que o registrado no ano anterior. Já a antecipação de fatura de cartão saltou de 38,7 bilhões reais para 48,8 bilhões, alta de 26,3%. No mesmo período, opções como conta garantida e desconto de cheques, por exemplo, cresceram menos de 5%, enquanto o cheque especial subiu 8,4%.

Mas vale a pena usar esse tipo de crédito? Como ele funciona? Para quem ainda não está familiarizado com o termo, vale explicar que a antecipação de recebíveis é uma modalidade de financiamento que permite à empresa vender parcelado e receber à vista ou mesmo transformar notas fiscais futuras em dinheiro na conta. Resumindo, trata-se de uma forma de adiantar o recebimento das vendas a prazo com notas fiscais, cheques pré-datados e até vendas com pagamento em cartões de crédito.

Entre as vantagens dessa modalidade está o fato de ser uma forma rápida e muita segura. E com dinheiro rápido, a empresa pode comprar mercadorias para o seu negócio à vista (com melhores condições de pagamento) ou mesmo quitar dívidas negociando melhor com seus fornecedores. 

Quanto à questão dos juros cobrados, vale lembrar que a empresa não está fazendo um empréstimo, mas apenas acelerando o recebimento do que já é dela. Com isso, as taxas para antecipação costumam ser mais atraentes que as formas de crédito tradicionais, principalmente quando comparadas com os exorbitantes valores cobrados no cartão de crédito ou cheque especial, por exemplo.

Mas, obviamente, é preciso pagar taxas. E tudo depende de quem oferece o crédito (que pode ser desde uma fintech a um grande banco). Sendo assim, comparar as ofertas é essencial para não fazer um mau negócio. E como fazer essa comparação e escolher a melhor oferta de crédito? Para isso é possível contar com os chamados marketplaces de crédito, que permitem comparar de forma instantânea e online as opções de crédito oferecidas por centenas de financiadores. Nesse tipo de plataforma (disponível na internet) quem precisa do crédito não precisa “correr” atrás dele. Basta se cadastrar e dizer qual o valor que busca. O financiador é que precisa convencer e conquistar o cliente. E o tomador ainda tem a possibilidade de negociar em tempo real.

Logicamente, a antecipação de recebíveis é algo para ser feito com cuidados. Se não houver um planejamento adequado, como em qualquer outra modalidade de financiamento, antecipar recebíveis pode gerar problemas de fluxo de caixa, com o descontrole de gastos devido à liquidez. E há a necessidade de uma gestão ativa desse recurso, uma vez que, normalmente os títulos são de curto prazo e, portanto, geram um aumento de controle e de recorrência. 

Também vale lembrar que ela não deve ser uma prática prolongada demais   na empresa, mas sim uma opção temporária. Se ela se tornar algo muito longo, é melhor o empresário reavaliar seu fluxo de caixa ou até mesmo avaliar se há uma opção de financiamento com taxas mais baratas disponível.

Mas seja qual for a linha de crédito escolhida, lembre-se: o financiamento pode salvar sua empresa em um momento de crise. Mas para o bem do seu negócio, nada substitui um bom planejamento financeiro. 

Sobre o Autor:
Felipe Avelar é CEO da Finplace (www.finplace.com.br), fintech que conecta de forma gratuita empresas que precisam de crédito com instituições financeiras. Foi por 10 anos vice-presidente de operações do Grupo Credit Brasil e possui grande experiência no segmento de crédito para MPMEs

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