Por Danylo Martins, via Valor Econômico

O mercado de fintechs no Brasil tem despertado cada vez mais o interesse de fundos de venture capital e investidores-anjo. Tanto é que, no ano passado, os investimentos nessas empresas totalizaram R$ 457,4 milhões, segundo levantamento da iniciativa Conexão Fintech. Realidade há mais tempo em outros países, como Estados Unidos e Inglaterra, as fintechs ganham força por aqui. Em novembro de 2017, existiam 332 empresas atuantes no país, conforme o mapeamento mais recente divulgado pelo FintechLab.

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O foco em empréstimos com garantia de imóvel e veículos contribuiu para o avanço da Creditas nos últimos anos. Criada em 2012, a fintech iniciou sua trajetória com uma equipe enxuta, atingindo 60 pessoas no fim de 2015. Esse número dobrou no ano seguinte e atualmente a empresa conta com 330 profissionais – 60 deles dedicados à tecnologia. Não à toa, a Creditas participou de duas rodadas de captação no ano passado. Em fevereiro de 2017, recebeu aporte de R$ 60 milhões em uma rodada liderada pelo International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, e com participação do Naspers Fintech. Já em dezembro, a startup levantou R$ 165 milhões em uma rodada capitaneada pelo fundo de private equity sueco Vostok Emerging Finance. Ao todo, a fintech já captou R$ 250 milhões, incluindo investimentos de Kaszek Ventures e Redpoint eventures.

Segundo Fabio Zveibil, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Creditas, a companhia viu sua receita crescer sete vezes no ano passado. Entre os planos para este ano estão: expansão do time, investimento maciço em tecnologia e desenvolvimento de novos produtos. “O mercado de crédito no Brasil é grande, mas muito menor em relação a outros mercados. Temos oportunidade de ganhar market share oferecendo empréstimos com custo mais baixo”, observa. Hoje, o crédito com garantia de imóvel na Creditas parte de uma taxa de juros de 1,15% ao mês e pode chegar a 1,5%, dependendo do perfil do cliente. No crédito com garantia de veículo, por sua vez, os juros variam de 1,75% a 3,5% ao mês.

Quem também chamou atenção do Vostok foi o aplicativo de gestão financeira GuiaBolso. No fim de 2017, o fundo sueco liderou uma rodada de aporte na fintech, numa captação atingiu R$ 165 milhões e teve participação do IFC. Incluindo essa injeção de capital, a empresa completou cinco rodadas de investimentos desde o lançamento do app, em julho de 2014, com recursos recebidos de grandes fundos como Ribbit Capital, QED Investor, Kaszek Ventures e Valor Capital. Até hoje, o volume total captado pela startup foi de R$ 240 milhões.

Desde 2016, o GuiaBolso passou a oferecer empréstimos pelo aplicativo, fruto de parcerias com bancos de médio e pequeno porte, financeiras e a fintech de crédito on-line Creditas. Ainda naquele ano, colocou no ar sua própria plataforma de crédito on-line, o Just, que atua como correspondente bancário da Sorocred. Com quase 4 milhões de usuários do app, a empresa tem como uma das principais metas para 2018 expandir o cardápio de produtos financeiros. Até o fim de março, a expectativa é oferecer investimentos e, para o segundo semestre, a ideia é ter uma oferta de cartões de crédito, ambos os produtos via parceiros, diz Benjamin Gleason, sócio- fundador do GuiaBolso. Para dar conta desses projetos, a startup tem se concentrado em aumentar a equipe – hoje são mais de 200 funcionários – e ampliar as campanhas de marketing.

No ano passado, houve uma pulverização maior de captações nesse mercado, avaliam especialistas. Além de GuiaBolso e Creditas, outras 11 empresas engrossaram a lista de fintechs que atraíram investimentos. Para Guilherme Horn, executivo responsável por inovação digital da Accenture, essa tendência reforça um amadurecimento não apenas das startups, mas também dos empreendedores que estão à frente dos negócios. Segundo ele, em 2015, a idade média dos empreendedores de fintechs era de 28 anos, chegando a 36 em 2017. “O investidor, normalmente, observa dois fatores antes de fazer um aporte: potencial de mercado da empresa e o perfil dos empreendedores”, afirma.

Para Manoel Lemos, sócio da Redpoint eventures, a “onda de fintechs” está no começo e, se comparado com outros países, ainda há um longo caminho a percorrer. “Basicamente, o que procuramos são bons empreendedores dispostos a resolver um problema real num mercado grande. A qualidade e o histórico do time empreendedor são itens levados muito a sério ao fazer um investimento”, diz. No portfólio, a Redpoint tem empresas como Minuto Seguros, Creditas e Magnetis, de investimentos automatizados.

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