Por Henrique Mazieiro, CEO da insurtech Planetun
Vivemos a primeira pandemia da era digital. Acompanhamos em tempo real cada passo do novo coronavírus, que vem mudando a rotina de todo o planeta, e lidamos não só com a doença, mas também com a pandemia de insegurança que se instaurou na população, ora pelo excesso de informação, ora pela falta dela, já que muitos caminham na base da intuição.
Mas, como nem tudo tem apenas um único lado, a crise agora instaurada também chegou para mudar padrões tradicionais que nos conduzem desde a época de nossos avós. A disseminação da Covid-19 e a sua consequente restrição social, nos deu a oportunidade de mudar a realidade e de nos reinventar. Empresas tiveram que sair da sua zona de conforto – mesmo que com uma certa resistência ao novo – e abrir os olhos para a necessidade de reformular processos e aderir a formas de simplificar a vida de consumidores e trabalhadores.
A Planetun, que já nasceu com a oferta de soluções remotas, viu sua demanda ser impulsionada diante do isolamento social. O volume de negócios teve um salto de 40,52% em abril e maio em comparação ao primeiro trimestre deste ano (período sem quarentena). Com a aceleração da demanda, que triplicou desde o início da pandemia, a tendência, pautada na aceitação e índice de satisfação dos usuários, é que este modelo se consolide de vez pós-crise. É uma nova consciência de que a inovação muda sim velhos conceitos, mas de forma positiva, otimizando o tempo e aproximando pessoas de forma segura.
Há algum tempo já é possível tomar crédito, resolver problemas com chatbots, alugar um imóvel e até fazer a vistoria automotiva ou resgatar a previdência com poucos cliques no celular. Com o advento da Inteligência Artificial, a velocidade e a assertividade com que as evoluções nos serviços vão acontecer serão ainda maiores. A tendência, que ganha corpo diante de um cenário como o que vivemos nesse momento, é substituir esforços repetitivos e manuais, que consomem tempo e recursos deixando de agregar valor ao negócio, por processos automatizados, que aprimoram os serviços das empresas. Para as seguradoras, a implementação desses produtos traz pelo menos 80% de redução de tempo nos processos realizados, 53% de redução de retrabalho e 60% no custo do processo.
A certeza que fica é que essa grande crise vai mudar a forma como trabalhamos hoje. Por outro lado, vai deixar a dúvida de como podemos nos reinventar agora e seguirmos desta forma no futuro. No fim desse período, espero que as pessoas tenham incorporado que elas mesmas vão passar a realizar diversos serviços com o apoio da tecnologia e que isso não é um problema e nem inseguro, pelo contrário, vamos deixar de gastar muito tempo com deslocamentos e tarefas desnecessárias.
Estamos quebrando paradigmas e ganhando a oportunidade de consolidar novos modelos de negócio e novas formas de executar diversas necessidades. Ao final dessa transformação de hábitos forçada, as empresas também vão voltar transformadas para uma nova perspectiva de trabalho, em que o futuro está na palma das mãos.
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