Por Hamilton Torres Martins da Hannover Re
Durante os últimos anos o mercado de insurtechs evoluiu, acompanhando toda a inovação desenvolvida e utilizada em diferentes mercados de serviços, seja de entretenimento, varejista e bancário.
Os projetos das insurtechs estão bastante voltados na aplicação de novas tecnologias e metodologias ágeis para lançar produtos digitais, jornadas inovadoras além da aplicação de ciência de dados para customizar produtos e serviços aos clientes de seguros.
Por outro lado, as seguradoras tradicionais, que atuam há anos em um mercado fortemente regulado, muitas vezes encontram dificuldades em atualizar sistemas que foram vencedores e levaram essas companhias a posições de destaque.
Além disso, quando pensamos em resseguro logo vem à mente terremotos, furacões, plataformas de petróleo, usinas nucleares… riscos que passam longe da pauta de experiência digital, inovadora e customizada aos clientes.
Esse contexto nos leva a questionar o que o resseguro poderia agregar na jornada das insurtechs.
De fato, o resseguro é um conceito secular e que pouco se alterou, bem como o seguro. Os resseguradores são empresas tradicionais, com atuação global para conseguir participar de riscos tão diversificados e, dessa maneira, diluir o impacto de perdas consideráveis para uma seguradora ou mesmo uma região.
Mas resseguro não é só sobre grandes riscos. Exatamente pela atuação global, os resseguradores têm uma visão de produtos e serviços em diversos mercados, assim obtêm um conhecimento de práticas, soluções e oportunidades que podem ser trazidas de outras regiões para suprir necessidades em locais que ainda não tem essa experiência.
Assim, o ressegurador auxilia no desenvolvimento de produtos para nichos específicos, muitas vezes em novas jornadas digitais, economia de compartilhamento, novas maneiras de fazer cobrir os riscos como em seguros paramétricos.
As insurtechs também precisam de acesso a capital mais barato e imediato, para essa questão o resseguro é um mecanismo perfeito de alívio de capital para que as insurtechs tornem seu modelo de negócio realidade com um capital próprio reduzido pois estão respaldadas pelo resseguro.
Existem ainda estruturas de resseguro para evitar perdas vultosas ou acumulo de sinistros que certamente inviabilizariam o início da operação de uma start-up pois demandariam volumes de capital e liquidez, sempre uma questão crucial para empresas no início de operação. Logo, uma boa estrutura de resseguro evitaria a ruína prematura de um modelo de negócio promissor.
Portanto, o resseguro pode agregar muito nesse mercado e torna-se uma ótima solução para o desenvolvimento das insurtechs. Os grandes resseguradores também estão atentos a essa tendência e investindo em aprimorar seus serviços voltados a essa realidade.
Na Hannover Re por exemplo, criamos um ecossistema de aceleradores digitais que conta com um time multidisciplinar para auxiliar nossos parceiros na evolução de seus modelos de negócio. Uma estrutura que conta com cientistas de dados, participantes de start ups, especialistas de TI e claro profissionais de seguro que avaliam projetos que buscam atacar pontos chave da cadeia de valor dos produtos de seguro de várias regiões do mundo e com isso identificar soluções inovadoras para nossos clientes. Para difundir esse ambiente, criamos o HR|Equarium¹, uma plataforma que reúne insurtechs e inovadores digitais com seguradoras prontas para remodelar o futuro do nosso mercado.
A Hannover Re, através dos aceleradores digitais, participa de projetos ligados a inovação e apoia insurtechs no desenvolvimento de modelos inovadores e digitais.
No Brasil, temos acompanhado de perto o Sandbox regulatório promovido pela SUSEP para apoiar os projetos inovadores das seguradoras que tem a coragem de iniciar sua jornada nesse mercado.
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Sobre o autor:
Hamilton Torres Martins – Graduado em Ciências Atuarias pela UFRJ com pós-graduação Finanças Corporativas pela UFF, especialização em gestão empresarial pelo COPPEAD/RJ e pela ISE Business School/University of Navarra. Atua desde 2001 no mercado de seguros com passagens pela Deloitte, IRB Brasil Re e foi responsável pelo departamento atuarial, modelagem e BI da Bradesco Auto/Re por mais de 10 anos, onde também conduziu a área de produto residencial, empresarial, equipamentos e affinity. Atualmente trabalha no escritório de representação da Hannover Re no Brasil focado em insurtechs, digital business e personal lines
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