Fintech que une 7 mil bancários autônomos atraiu Quona, Globo Ventures e Broadhaven; Valor Capital acompanhou rodada

A startup catarinense Franq acaba de levantar US$ 12 milhões (cerca de R$ 64 milhões) numa rodada liderada pela americana Quona Capital e que marca também a entrada de Globo Ventures e de Broadhaven Capital. A Valor Capital, que aportou R$ 20 milhões em junho do ano passado como primeira investidora institucional, acompanhou.

A Franq é uma platafoma de crédito com arquitetura aberta (são produtos financeiros de 50 bancos, fintechs e seguradoras) e uma rede de 7 mil bancários autônomos que faz o relacionamento com clientes. Num ritmo acelerado de demanda mensal de R$ 2,2 bilhões em crédito, a companhia já vinha discutindo internamente uma nova capitalização, mas foi o empurrão de um investidor que acelerou o programa.

Paulo Silva, o fundador e CEO da Franq, recebeu uma ligação de Jonathan Whittle, o sócio da Quona que investe há 25 anos na América Latina e já empreendeu por aqui (foi um dos fundadores da fintech Acesso). A Quona é um venture capital focado em fintechs de impacto, com um portfólio atual de 47 startups em mercados em desenvolvimento – no Brasil, já investiu em fintechs como Creditas, Contabilizei, Monkey Exchange e Neon.

“Essa nova rodada, com o perfil de fundos que atraímos e no contexto de crescimento que temos, mostra que o mercado não tem dúvida sobre o modelo de negócio. A Broadhaven construiu uma espécie de Franq há 20 anos nos Estados Unidos, e a Globo Ventures é um smart money para quem está construindo marca e comunicação”, avalia Silva.

A companhia não revela o valuation, mas afirma que houve aumento em relação à precificação do ano passado e que, apesar do contexto de tecnologia, foi uma conversa mais fluida que na primeira rodada, quando tinha ainda que explicar e defender a tese em fase mais inicial ( a Franq foi fundada em 2019 e ganhou tração na pandemia).

“É uma solução ganha-ganha para todos os stakeholders da cadeia de valor: as instituições financeiras amplificam sua distribuição, os personal bankers melhoram sua oferta de produtos e fluxo de trabalho, e consumidores se beneficiam do acesso a uma mais ampla e justa variedade de produtos”, define Luis Lora, sócio executivo na Globo Ventures.

Foi meio por acaso que Paulo Silva criou a fintech. “A Franq começou quase como uma ONG. Já gerenciei 30 mil bancários e, já fora desse mundo corporativo, recebia ao menos três currículos por dia de profissionais da área procurando emprego”, conta Silva, que fez carreira no Banco do Brasil, Citi, HSBC e Santander. “Por outro lado, ouvia de amigos a dificuldade de saber o melhor financiamento, de comparar produtos, de ter alguém com quem discutir o assunto.”

Na rede dos “personal bankers”, a média de experiência é de 10 anos – a companhia tem um corte mínimo de cinco anos de experiência para plugar o profissional na rede. A companhia tem visto aumento de interesse de corretores de seguros e agentes autônomos de investimentos, que querem complementar portfólio com produtos de crédito, aproveitando a base de clientes e relacionamentos. Num momento de investidor mais avesso a risco, o apelo para os agentes ampliarem o escopo ficou mais forte

A clientela da Franq é majoritariamente de pessoas físicas. O crédito para pessoa jurídica responde por 30% da demanda na plataforma, mas os sócios veem como um dos principais vetores de crescimento – de olho em companhias com R$ 8 milhões a R$ 25 milhões de faturamento anual.

Na sede da companhia em Florianópolis, fintechs compõem squads com a equipe da Franq para desenhar produtos e serviços que o cliente busca – muitos dos produtos ou mesmo fintechs são viabilizados pela distribuição. “É tentador mas a Franq não vai ter produto próprio ou entrar nessas sociedades. Nossa dinâmica é ser o melhor distribuidor e a gente não quer nenhum conflito nisso”, garante o fundador.

O capital da rodada será usado para aumento de equipe e investimentos tecnologia. Entre os produtos principais da plataforma estão crédito imobiliário, home equity, capital de giro, empréstimo pessoal e consignado.

*Texto do Pipeline – Valor Econômico

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