Por Rafael Carneiro para a Época Negócios

Primeira plataforma online de investimentos reconhecida pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a fintech brasileira que conecta investidores a startups e pequenas empresas em expansão EqSeed atingiu o patamar dos R$ 10 milhões captados, se incluídas as rodadas que estão em aberto. Até o final deste ano, a expectativa é captar mais R$ 2 milhões. “Isso só mostra que o equity crowdfunding chegou para ficar no Brasil”, comemora Brian Begnoche (foto), sócio-fundador da empresa.

Até o momento, 16 startups concluíram suas rodadas, acumulando um total de R$ 7,39 milhõees captados por meio da plataforma. O caso mais emblemático é o da GreenAnt, empreendimento de eficiência energética que recebeu R$ 1,6 milhão dos investidores. Foi a maior captação via equity crowdfunding no Brasil até então. A 3Cariocas, a Horus Aeronaves e a Pegaki são as startups que estão com rodadas abertas. Esta última, em rodada anterior, chegou a captar R$ 360 mil em nove dias. Um recorde para a plataforma.

Fundada em 2015 por Greg Kelly, matemático inglês com carreira em bancos de investimentos, como Lloyds Bank, e por Brian Begnoche, economista norte-americano, a EqSeed foi uma das pioneiras a disseminar no Brasil a cultura do equity crowdfunding, que é o investimento atrelado a participação no negócio. A ideia de criar a fintech foi de Kelly que, quando trabalhava no setor de mercado de capitais londrino, percebeu que os melhores serviços financeiros eram disponibilizados apenas para as grandes empresas. Na época, o equity crowdfunding começava a crescer em Londres e ele enxergou no Brasil um potencial mercado para negócios do tipo. Casado com uma brasileira, ele decidiu não apenas mudar o seu foco de trabalho, mas trocar de país também.

As primeiras rodadas de investimento da EqSeed ocorreram em 2016, mas o grande salto da fintech aconteceu em julho de 2017, quando a CVM regulamentou o financiamento coletivo para startups, possibilitando que investidores destinassem valores a partir de R$ 1 mil. Antes, o procedimento era mais burocrático e demorado. Para ser aprovada, cada rodada era analisada por vários departamentos da Comissão de Valores Mobiliários. Há pouco mais de um ano, todo esse processo ganhou mais velocidade, já que a CVM passou a fiscalizar e a aprovar somente plataformas.

Segundo Begnoche, para que o equity crowdfunding floresça, a única alternativa é uma regulamentação específica, como a que foi feita. “Realmente isso foi um marco de virada para nós. Depois dessa mudança na lei, o crescimento da EqSeed foi vertical”, ressalta o norte-americano que, junto com o seu sócio pretende replicar no Brasil o sucesso que esse mecanismo de investimento tem tido na Inglaterra.

Como investir pela EqSeed

Basta um cadastro rápido para ter acesso à plataforma e, consequentemente, aos valores pedidos pelas startups para desenvolverem seus negócios. Com base no perfil de cada um, a EqSeed oferece uma cartela com possibilidades de investimentos. Além disso, há um fórum para sanar possíveis dúvidas. “Nós temos atualmente mais de 15 mil investidores, entre pessoas físicas e jurídicas”, diz Brian Begnoche. Perguntado sobre o perfil deles, o sócio-fundador diz que a maioria procura produtos menos tradicionais, pois busca retornos financeiros.

O processo de seleção das empresas é feito por uma equipe da EqSeed, que é bastante criteriosa. Avalia-se vários pontos, como a estabilidade, o mercado em potencial, quem são os empreendedores, se eles têm algum passivo… Até hoje, quase 2.500 startups e pequenas empresas já tentaram entrar na plataforma, porém menos de 25 foram aprovadas. A razão para isso, segundo Begnoche, é que há toda uma preocupação para que os investidores tenham sucesso. “Não temos interesse em colocar empresas que não sejam de qualidade. Queremos aquelas na qual a gente acredite que vão entregar resultados a longo prazo para o investidor e que vão conseguir atingir as projeções financeiras”, explica.

No último ano, o valor médio de investimento pela EqSeed foi de R$ 10 mil. Para 2018, a perspectiva é de crescimento. Até julho, a média havia sido de R$ 15 mil. “Quando você investe na bolsa, não necessariamente sabe de fato o que acontece com a empresa na qual está aplicando o seu dinheiro, afinal você não conhece os diretores, os presidentes. São companhias enormes. Já com as startups, essa relação é bem diferente. É possível ter contato direto com os CEOs, por exemplo. E muitas vezes eles são pessoas do seu hall social, o que gera ainda mais confiança para ambos. Essa é uma das razões pelo interesse cada vez maior em investir nelas”, destaca Begnoche.

Fonte: Época Negócios

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